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PESQUISA OPERACIONAL
Disciplina: Processos Estocásticos
Processos Estocásticos
(Sequências Markovianas de Dois Estados)
SEQÜÊNCIAS MARKOVIANAS DE DOIS ESTADOS:
Anteriormente, introduziu-se o conceito de uma Sequência Markoviana Independente. Afirmou-se que era uma Sequência Aleatória ou Processo Aleatório Discreto X1, X2, X3,... que tinha a seguinte Propriedade: Condicionado ao conhecimento do valor de Xn-1 ("o estado atual"), a probabilidade, de que Xn assumia algum dado valor ("um estado futuro") não será afetada pelo conhecimento dos valores de X1, X2, ..., Xn-2 ("os estados passados"). Isto é,
Pr[Xn=in / X1=i1, ... , Xn-1=in-1 ]=Pr[Xn=in / Xn-1=in-1]
No caso de uma Sequência Markoviana Dependente Estacionária, aquelas probabilidades foram consideradas como não dependentes de n, e, definiu-se as quantidades
Pij=Pr[Xn=j / Xn-1=i] (A)
como as Probabilidades de Transição de Um Passo do Processo. É claro, elas são Probabilidades Condicionais e satisfazem
Σj Pij para cada i
onde a soma se estende sobre o Espaço dos Estados Total do Processo.
O mais simples exemplo significativo desse processo seria aquele em que o Espaço dos Estados consiste somente de DOIS (2) Estados. Eles poderiam ser rotulados como "Sucesso", e "Fracasso", ou 0 e 1. Neste caso, haveriam QUATRO (4) Probabilidades de Transição de Um Passo:
P00, P01, P10, P11, que satisfazem P00 + PO1=1, P1O + P11=1.
Lê-se: P00 (Probabilidades de estar no estado 0 dado que estava no estado 0; P01 (Probabilidades de estar no estado 1 dado que estava no estado 0; e assim por diante!
Muitos processos do mundo real se comportam dessa maneira, ao menos em termos de uma primeira aproximação. Por exemplo, os dois estados poderiam se referir a um símbolo transmitido corretamente ou deturpado, em qualquer dos casos, em um sistema de comunicações; a uma máquina em funcionamento ou em reparos em uma fábrica; a uma posição de memória vazia ou preenchida em um sistema de memória de computador: ou a muitas outras situações.
De modo a organizar melhor as idéias, considere-se uma Aplicação (EXEMPLO) de cunho militar, na qual um Modelo Markoviano tenha sido usado com sucesso. Ao disparar o canhão principal de um tanque, observa-se que cada projétil disparado atinge ou erra o seu alvo com uma probabilidade que depende do sucesso da primeira descarga disparada. Se o tiro anterior foi feliz, o comandante do tanque tem seu alvo acertado, e apresenta uma probabilidade relativamente alta de repetir o acerto quando do próximo tiro. Se o tiro anterior foi infeliz então, o alvo deve ser corrigido, e a probabilidade de errar será menor no próximo tiro. O tanque e o alvo podem estar, ambos, em movimento. Assim, uma vez que o resultado de um certo tiro seja conhecido, o sucesso ou fracasso dos tiros anteriores é de relativa importância quanto a predizer o sucesso do próximo tiro. Assim, em termos de uma aproximação razoável, é possível supor que se esteja a observar um Processo Markoviano Estacionário com Espaço de Estado {0, 1}, onde 0 indica um "acerto" e 1 indica um "erro".
Suponha-se que observações de campo de batalha possibilitem uma Estimativa das Probabilidades de Transição de Um passo, como se segue:
P00=¾ e P01=¼
P10 =½ e P11 =½.
Assim, por exemplo, se um dado tiro acerta o alvo, a probabilidade é de ¾ de que o próximo tiro também acerte etc. Indiquemos o processo por X1, X2, X3, ... A variável aleatória Xn assume valores 0 ou 1, dependendo do fato do n-ésimo tiro ser um acerto ou um erro. Para estudar o comportamento do processo, deseja-se avaliar todas as probabilidades da forma:
para n=1, 2, 3, ... (A)
onde essas probabilidades não dependem de k, uma vez que tem Processo como Estacionário. Nesta notação,
Note-se que:
para cada i, já que Xk+n deve ser igual a 0 ou 1. Agora seja i=0, e suponha que Xk=0 para algum k fixado. Assim, para qualquer n, o EVENTO (do Espaço Amostral) [Arquivo ".PDF"] Xk+n+1=0 tem Probabilidade Condicional
A seguir, considere o que deve acontecer no passo anterior [(k+n)-ésimo passo] de modo que o EVENTO Xk+n+1=0 seja verdadeiro. Tanto Xk+n=0 e uma Transição de UM Passo do Estado ao estado 0 ao estado 0 ocorre em se passando do (k+n)-ésimo ao (k+n+1)-ésimo estado, com Xk+n=1, e a transição será do estado 1 ao estado 0. Esses dois EVENTOS têm probabilidades:
(condicionado a Xk=0)*
Uma vez que só há duas formas Mutuamente Exclusivas nas quais o EVENTO Xk+n+1=0 pode ocorrer, tem-se:
(B)
para n=1, 2, 3, ...
Já que: , a Equação (B) pode ser escrita como:
(C)
ou
(D)
para n=1, 2, 3, ...
A fórmula (D) é uma Fórmula Recursiva ou Equação de Diferenças da forma (E)
com Pela aplicação dessa fórmula, repetitivamente, pode-se resolver em termos de
(F)
Determinando e mudando de n para n-1, tem-se:
(H)
desde que De modo semelhante, obtem-se:
(I)
As fórmulas (H) e (I) determinam todos os já que
No exemplo de disparo de canhão considerado P00= ¾, P10= ½. Assim, P00 - P10= ¼, 1-P00 + P10= ¾, e (H) implica
(J)
De modo semelhante
(K)
(L)
(M)
Observe que
(N)
(O)
As fórmulas (N) e (O) dão as probabilidades de transição, após um número muito grande de etapas, de um "acerto" e um "erro" em um dado tiro. Pode-se observar que, à medida que n aumenta, a probabilidade de um "acerto" tende a ser a mesma não se levando em consideração se a sequência de tiros começou com um "acerto" ou com um "erro". As probabilidades e as maneiras nas quais elas tendem a seus valores limite se encontram esboçadas na Figura abaixo:
Figura A: Probabilidades Condicionais para um Problema (Exemplo) de Disparo de Canhão como uma Cadeia Markoviana de 2 (DOIS) Estados.
Este simples exemplo ilustra muitas idéias que se discutirão em detalhes, nos tópicos subsequentes. Neste sentido, se estará lidando com:
-
Métodos gerais de computar probabilidades como .
-
Condições sob as quais tende a um valor limite Pj quando n→∞.
-
Condições sob as quais esse valor limite é o mesmo, a despeito do estado inicial i.
-
Condições sob as quais os próprios limites Pj formam uma Função de Densidade de Probabilidade (isto é, somem até 1).
-
Modos de computar os limites Pj.
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* Intuitivamente isto parece óbvio. Oportunamente, a Demonstração será dada de forma rigorosa!
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Fonte:
Clarke, A. Bruce. and Disney, L. Ralph.: Probabilidade e Processos Estocásticos. Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., Rio de Janeiro, 1979.
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